terça-feira, 3 de junho de 2008

Dom Quixote

Em nada me pareceu estranho quando ouvi falar que há concursos, com prêmios ao ganhador e etceteras, para uma modalidade chamada Air Guitar.
Basicamente, consiste em fingir, com absoluta fidelidade, tocar guitarra estando de mãos vazias, fazendo todas as passagens, licks e bends e solos e trejeitos e caras e bocas, tal qual seria interpretar efetivamente o tema.
Nenhuma novidade, posto que faço isso há anos e com um grau de refinamento impensável aos pobres guitarreiros quixoteanos. Não apenas penso tocar a canção, como me apodero da própria existência dos músicos, pensando sê-los.
Cheguei a comprar baquetas para acreditar de todo ser o baterista do Teenage Fanclub. Sei tocar Sparkys Dream, em todos os detalhes, até hoje.
Já fui Rufus Wainwright e Thom Yorke, do Radiohead. Quando moleque, tinha certeza absoluta de que era guitarrista dos Titãs, acreditando piamente que poderia ser chamado a substituir um deles – eram dois – a qualquer momento. E muito melhor, porque eu era novinho, carismático, estiloso e seria um sucesso aquele prodígio e...e um dos guitarristas deles morreu e eu nunca entendi o porquê não me chamaram. Tinham a obrigação de saber de mim.
Colocaram um sujeito, contratado, no lugar. Achei uma afronta. De lá pra cá só gravaram discos ruins. Se fuderam.

2 comentários:

Tatiane Ribeiro disse...

Quando eu era mais nova, queria ser percussionista da Cássia Eller. Me fudi: ela morreu, a Lanlan (percussionista de verdade) fez uma banda que não deu certo e o Chicão (filho da Cássia) mora com o avô cuzão.
Como a vida é triste...

Anônimo disse...

hahhahahaha
final divertidissimo!
mas te imaginno tocando guitarra no ar e penso... melhor nao pensar mal dos coleguinhas
hahahhaha
de qualquer maneira
preciso da sua opinião:
o texto do padre dos baloes ta no blog, no link q tah o ceu e o chao
e nas curvas q os balões fazem
me diz
pq to em crise de auto estima
aahahhahahahahah